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TRAJES ACADEMICOS

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Traje académico 

O traje académico é a indumentária cerimonial usada por estudantes e professores universitários e ainda existe em algumas universidades tradicionais.

Em Portugal

Capa e Batina em Portugal é considerado o uniforme académico do estudante da Universidade de Coimbra. Deriva das vestes eclesiásticas e, desde sempre, é composto pela batina e capa. Este facto realça o pioneirismo da Igreja no Ensino. De facto, foi o clero que, até ao século XVIII, teve a primazia do ensino ao povo, no qual a Companhia de Jesus teve papel preponderante a partir do século XV. Hoje em dia o seu uso é regulamentado pelo Código da Praxe académica

O traje surgiu em Coimbra como forma de distinguir o foro académico das demais classes e ofícios ver em ligação externa. Existem, portanto, um conjunto de regras de elaboração e utilização do traje que descrevem especificamente as características da calça ou saia, camisa, laço ou gravata, colete, batina, capa, sapatos.

Capa e batina

A "capa e batina", também apelidado de "traje académico" nas Universidades do país à excepção de Coimbra no qual se mantém o nome "capa e batina", é composto por uma batina, que foi reduzida a uma casaca copiada das vestes burguesas, colete, gravata preta, camisa branca, calças simples, sapatos simples, e por uma capa, que deverá tocar no chão, quando colocada sobre os ombros, sem dobras. Esta é a indumentária reservada aos homens, que também podem usar um gorro simples, sem borla. As senhoras, em vez da batina, usam um casaco pela cinta, uma camisa branca, uma saia travada e abaixo do joelho, meias compridas, pretas e não opacas, sapatos pretos e clássicos, e uma capa igual à dos homens.

As origens do traje académico masculino remontam ao século XVI, embora o actual modelo provenha das vestes burguesas de finais do século XIX e inícios do XX, quando estas substituíram o traje talar.

O traje feminino surgiu na Universidade do Porto, quando em 1937 o Coral do Orfeão Universitário do Porto passou a apresentar naipes femininos. O traje feminino foi então criado com meias transparentes, como ainda ostentam as Orfeonistas.

Ao final dos estudos está geralmente associado o "rasganço" de toda a indumentária académica, com excepção da capa e da pasta académica, que assim acompanham o resto da vida do antigo estudante. Hoje em dia, são raros os estudantes que fazem, de facto, o "rasganço", devido ao peso sentimental atribuído ao traje, no final do curso. Dá-se, então, um "rasganço" simbólico, usando-se apenas a capa se assim o desejar - esta é a indumentária mais característica dos Veteranos, os alunos com mais matrículas do que as necessárias para terminar o curso.

Aos rapazes rasga-se a roupa toda com excepção dos colarinhos, punhos, capa e gravata. Às moças rasga-se apenas e só o que se não rasgou aos rapazes, isto é, os colarinhos, punhos, laço ou gravata e meias, a capa também não se lhes rasga.

Fitas

O uso da pasta académica só é permitido a partir do momento em que se deixa de ser caloiro e se passa a caloiro-pastrano: a partir da Queima das fitas do ano da 1ª matrícula na Universidade. Contudo, o aspecto que a ela está mais associado são as Fitas. Estas são impostas ao estudante antes de este iniciar o último ano do seu curso. São oito fitas ao todo, da cor do curso de cada estudante, identificando-o como um Quintanista. Esta tradição remonta a meados do século XIX, quando as pastas eram compostas por duas partes independentes, e que eram mantidas unidas com recurso a estas fitas.

A "Queima das Fitas" tem as suas origens nas celebrações que se faziam aquando o final dos cursos, onde os Finalistas queimavam as suas fitas dentro de um penico. Tal como o "rasganço", aplicado ao traje académico, a "Queima das Fitas" é também um momento de despedida da vida de estudante. Terá sido iniciada em Coimbra, e é actualmente um dos maiores acontecimentos do calendário académico, em todas as cidades universitárias do país.

História

Apesar de hoje em dia se apresentar uniformizado, o traje académico nem sempre foi como se conhece hoje.

O traje deriva das vestes dos clérigos, os quais vestiam conforme as sua condição e posses.

Os antigos estatutos da Universidade de Coimbra não obrigavam o uso do traje, mas proibiam, porém, o uso de certas cores e condicionavam alguns traços do corte.

Dos estatutos de D. Manuel I:

«Não poderão os sobreditos nem outros alguns estudantes trazer barras nem debruns de pano em vestido algum; nem isso mesmo poderão trazer vestido algum de pano frizado; nem poderão trazer barretes de outra feição senão redondos; e assim hei por bem que os pelotes e aljubetes que houverem de trazer sejam de comprido três dedos abaixo do joelho ao menos; e assim não poderão trazer capas algumas de capelo, somente poderão trazer lobas abertas ou cerradas ou mantéus sem capelo; não trarão golpes nem entretalhos nas calças nem trarão lavor branco nem de cor alguma em camisas nem lenços.

Na obra de Luís Cyrne de Castro, Tempos Idos, refere-se que seria em 1645 que D. João IV iria confirmar os estatutos da Universidade, que vigoraram até 1772, sendo reformulados na sequência da reforma Pombalina.

Porém, é no século XIX que o traje académico sofre maiores alterações, instaurando uma polémica, ao ponto do reitor se impor e decretar medidas extremas. Com base em relatos da época por Antão de Vasconcelos nota-se que a batina evoluiu do tornozelo ao joelho. Porém, nos finais do século as transformações seriam ainda maiores. Como Ramalho Ortigão salienta, a calça vestia-se agora comprida, dado que até aí se usava o calção pelo joelho e meia preta.

Por épocas da implantação da república a própria batina começa a sofrer a maior e mais atroz modificação, que a descaracterizou por completo: foi reduzida à condição de casaco comprido com lapelas de seda à moda, perdendo os tradicionais botões que a fechavam desde o pescoço até aos joelhos. Com efeito, num contexto social e político fortemente anticlerical, os detractores do traje conseguiram impor um modelo de traje baseado nas roupagens burguesas, conseguindo abolir a secular tradição do "hábito talar". Com isto as únicas peças mais antigas e pouco inalteradas do trajar estudantil em Coimbra são o gorro que caíu em desuso e a capa - a qual apenas se manteve por resistência dos estudantes que nela depositavam o imaginário colectivo dos romances de capa e espada, já que os anticlericais até a capa pretendiam ver proibida.

Apesar da nova configuração, o casaco jamas deixou de ser apelidado mesmo que erradamente de batina.

É, em 1957, com a publicação do primeiro Código da Praxe Académica que o traje passa a ser uniformizado.

→ Já na Escola Superior Agrária de Santarém o traje académico que é hoje utilizado pelos alunos foi adaptado a partir do traje da antiga Escola Agrícola de Santarém, cujas raízes remontam ao séc. XIX. De cor azul-escuro, o traje é composto por uma jaqueta curta, que aflora a linha da cintura, sendo mais curta atrás do que à frente, sendo que na cintura o corte das costas é direito. A jaqueta possui ainda dois bolsos na vertical e nas mangas há um adorno com botões na diagonal. A calça de cós alto e cintado , é justa até ao joelho, seguindo com a mesma largura até aos pés de modo a permitir o uso do botim Ribatejano de prateleira. Os respectivos suspensórios, um colete de decote em V prenunciado, de forma a mostrar a camisa, tem cavas largas e dois bolsos formando um acentuado bico na frente, o qual ultrapassa a linha da jaqueta, é ajustado nas costas com um atilho de cor vermelha. A camisa de cor-branca tradicional com colarinho, mas sem rendas folhos ou bordados. Nos pés o tradicional botim Ribatejano de cano alto e salto de prateleira. Nas meninas a saia comprida colocada sobre as calcas, dá um toque feminino muito refinado e elegante. Na cabeça o chapéu de aba larga, à portuguesa, de cor preta. Não existe capa associada a este traje que se assemelha ao tradicional traje de lavrador Ribatejano. A utilização de adornos está de todo desaconselhado. A corrente de ouro com o tradicional relógio de bolso, são adornos que tradicionalmente se colocavam neste traje e por isso permitidos. Os estudantes desta escola centenária do Instituto Politécnico de Santarém são chamados de "Charruas".

Também os estudantes da Escola Superior de Gestão, nesta mesma cidade, utilizam um traje semelhante ao da vizinha Agrária, apesar de mais adornado menos "simplório", e já com a utilização da tradicional capa. ←

FONTE WIKIPÉDIA

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