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Pesca em Portugal
A Pesca em Portugal é uma actividade económica que foi responsável pelo desembarque estimado de 170 053 toneladas de pescado em 2008.
Com uma costa de mar abundante em peixe, muitos estuários de rios e acidentes geográficos, como as rias Formosa e a de Aveiro, onde a pesca se apresentava fácil e de elevado retorno, é fácil aceitar que rapidamente o peixe se tornou um elemento primordial para a alimentação, e consequentemente factor de fixação das populações.
Esta actividade tornou-se de crucial importância económica, potenciando o comércio e as artes e saberes ligados à pesca como a cordoaria fabrico de cordas e redes de pesca, a construção naval, a tanoaria a extracção de sal e tantas outras.
Esta especialização moldou as culturas e tradições não só locais, como nacionais, ritmando ao longo dos séculos a História, a Cultura e a Economia Portuguesa.
A consulta dos dados do Instituto Nacional de Estatística Português sugere que é um sector que tem vindo a perder peso relativo e absoluto na economia.
A poliítica de pescas da União Europeia reduziu a frota pesqueira em 20% numa década. Esta redução foi superior à média europeia poque a arqueação bruta de cada embarcação é superior à média europeia. A arqueação bruta portuguesa em 2008 era de 106,5 mil GT medida internacional para medir a capacidade dos navios. Cada navio português tinha em média uma capacidade de carga de 12,4 GT, pouco mais de metade do que a média apurada para frota europeia como um todo, apesar de deter 10% da totalidade das embarcações registadas na União Europeia.
A relevância da Pesca em Portugal
Este tópico, cujo valor não ser deve medido em percentagem do Produto Interno Bruto, uma vez, que é um sector de grande importãncia para a subsistência das populações ribeirinhas, assim como, um sector estratégico no que concerne à alimentação e emprego dos portugueses.
Em termos de alimentação, Portugal, tem o maior consumo per capita de pescado da UE dos 25, cerca de 57 kg/ano/habitante, cujo consumo representa um valor aproximado de 25% na dieta alimentar dos portugueses. É um país com uma costa continental extensa 942 km, sendo a sua ZEE ainda mais expressiva 1 656 mil km², o que em termos de emprego assume uma significativa importãncia, e ainda que o emprego no sector das pescas seja inferior a 1% da população activa, tendo mesmo vindo a diminuir, a percentagem de pessoas dependentes da actividade da pesca, é vastíssima.
Trata-se pois de uma actividade, que acaba por gerar muitos empregos em terra, em sectores tão diversos, como o do comércio de peixe fresco, das conservas, dos congelados, das farinhas, da construção/reparação naval, da cordoaria, dos transportes, da administração, da investigação, da formação, entre outros.
História
Apesar de a pesca ser uma actividade imemorial nas costa portuguesa, e das inúmeras referencias em documentos históricos, só em 1892 seria alvo pela primeira vez de um estudo compreensivo. O "Estado actual das pescas em Portugal", do comandante António Baldaque da Silva. Nesta obra o autor descreve exaustivamente a actividade piscatória artes, espécies, quantidades, etc que se realizava em Portugal de norte a sul, bem como sugere a adopção de novas práticas.
Os diferentes tipos de pesca em Portugal
Pesca local- As embarcações não excedem os 9 m, não podendo ultrapassar a área da capitania aque estão adstritas mas também estão inseridas aquelas embarcações cuja actividade é efectuada nos rios, lagos, ou lagoas e não podem ir além das 6 milhas se o convés for aberto e a potência não superior a 60 cv ou 75 cv.
Pesca costeira- "Efectuada nas áreas definidas pelo art.64 do decreto regulamentar nº43/87 de 17 de Julho", as embarcações procedem à captura do pescado entre as 9 e as 12 milhas e as embarcações têm mais de 9 m de comprimento e tonelagem do motor não pode ser inferior a 35cv ou 25 Kw, apenas podem permanecer 24 horas no mar. Ocupa a "área limitada a norte pelo paralelo 48º norte, a Oeste pelo meridiano 14ºW, a sul pelo paralelo 30ºNorte e a leste pela costa Africana.
Pesca de arrasto -É um subtipo de pesca costeira em que as redes utilizadas têm a forma de funil que se vai arrastando e apanhando uma grande quantidade e variedade de pescado. Existem em 2003 em Portugal cerca de 60 arrastões de peixe8 especialmente para pescada e carapau e 30 de marisco.
Pesca de largo- São as embarcações grandes, com mais de 100 Gt, pescam além de 12 milhas e possuem mais de 8 dias de autonomia em pleno mar que pode ser prolongada até às duas semanas. Podem operar em qualquer área, excepto para dentro de 12 milhas de distância, a linha da costa Portuguesa, ou em alinhamento dos cabos da Roca, Espichel e Sines.
Peca longínqua- A pesca é praticada em águas internacionais, logo fora da ZEE, com barcos que são autênticas unidade industriais que procedem à captura, limpeza, armazenamentoe congelação do pescado, podendo estar longos meses afastados da costa.
No entanto, tendo como referência o tipo de embarcações utilizadas e as técnicas usadas nesta arte podemos distingir dois tipos de pesca, uma, artesanal ou tradicional, e a outra, industrial ou moderna. A Pesca tradicional ou artesanal e que é maioritária em Portugal caracteriza-se pela existência de meios tradicionais de captura com técnicas passadas de geração em geração, com linha e redes os barcos são de reduzidas dimensões e de fraca tonelagem, na maior parte das vezes sem motor. A tripulação é reduzida e as capturas não são significativas e como não dispõem de meios de conservação raramente permanecem no mar por muitas horas, sendo o apoio científico reduzido, bem como a produtividade. Predomina na pesca local ou costeira. O destino da produção é o autoconsumo ou a venda nos mercados locais.
A pesca industrial ou moderna é praticada por navios de grande GT, muito bem equipados com grandes redes e funcionam como autênticas unidades industriais uma vez que procedem a captura do peixe, seu tratamento e respectiva embalagem e congelação. A detecção do pescado é feita por satélite ou por sondas com dispositivos para detenção dos bancos de peixes a sua captura é realizada por arrasto ou aspiradores. Existe a montante um grande investimento no apoio científico e a produtividade é elevada, bom como a utilização de novas tecnologias. O destino da produção é o mercado.
Normas sanitárias e de higiene
Os países industrializados impõem medidas rigorosas de segurança alimentar e saúde animal e vegetal sanitárias e fitossanitárias ou SPS aos produtos importados de outros países. Por exemplo, para exportar peixe e produtos para a pesca para a UE, as embarcações devem possuir um certificado veterinário e as fábricas devem ser inspeccionadas e aprovadas por uma autoridade nacional competente acreditada pela UE.
Estas normas constituem geralmente um maior obstáculo ao comércio para os países em desenvolvimento do que as taxas e direitos alfandegários. As dificuldades que os países em desenvolvimento sentem para cumprir estas normas significam que o peixe poderá ser importado pela UE através de canais onde os controlos são menos rigídos, o que poderá também facilitar a importação de peixe capturado ilegalmente.
Balança Comercial de Produtos da Pesca em Portugal
As importações em peso estão estabilizadas, nos últimos 3 anos, nas 350.000 toneladas. As exportações de produtos de pesca são da ordem das 100.000 toneladas. O défice em peso é por isso, de 250.000 toneladas. A importação é de 1.000.000.000€ e as exportações estão um pouco abaixo dos 400.000.000€, sendo o défice de 600.000.000€.
Pesca
Pesca é a extração de organismos aquáticos, do meio onde se desenvolveram para diversos fins, tais como a alimentação, a recreação pesca recreativa ou pesca desportiva, a ornamentação captura de espécies ornamentais, ou para fins industriais, incluindo o fabrico de rações para o alimento de animais em criação e a produção de substâncias com interesse para a saúde - como o "famoso" óleo de fígado de peixe especialmente o óleo de fígado de bacalhau.
Esta definição engloba o conceito de aquacultura em que as espécies capturadas são primeiro criadas em instalações apropriadas, como tanques, gaiolas ou viveiros.
As principais espécies exploradas pelas pescas no mundo pertencem aos grupos dos peixes, dos crustáceos e dos moluscos. No entanto, são também cultivados e capturados pelo homem várias espécies de crocodilos, batráquios principalmente rãs, mamíferos marinhos principalmente baleias e algas.
De acordo com "O Estado das Pescarias e da Aquacultura no Mundo", uma publicação da FAO Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a produção de pescado no mundo em 2002 foi superior a 94 milhões de toneladas pela atividade extrativa e mais 50 milhões pela aquacultura. Estima-se que o pescado supra atualmente cerca de 16% da proteína consumida pelo Homem. As pescas são igualmente um enorme fornecedor de emprego, contribuindo enormemente para a economia mundial.
Pesca e pescarias
Embora sejam muitas vezes usadas como sinónimos, para os cientistas e administradores pesqueiros estas duas palavras têm diferentes significados. Enquanto a pesca é o próprio ato de capturar animais aquáticos ou de os criar, uma pescaria é o conjunto do ecossistema e de todos os meios que nele atuam – barcos e artes de pesca – para capturar uma espécie ou um grupo de espécies afins. Por exemplo, a pescaria de arenque do Mar do Norte, a pescaria de anchoveta do Peru e do Chile, a pescaria recreativa de achigã no lago Ontário. No entanto, referimo-nos às pescarias de camarão de Madagáscar porque incluem uma componente industrial e outra artesanal ou as pescarias de atum porque têm diferentes espécies-alvo e são capturadas em diferentes oceanos.
As Pescas na história
Desde que há memória que a pesca sempre fez parte das culturas humanas, não só como fonte de alimento, mas também como modo de vida, fornecendo identidade a inúmeras comunidades, e como objeto artístico. A Bíblia tem várias referências à pesca e o peixe tornou-se um símbolo dos cristãos desde os primeiros tempos.
Uma das atividades com uma história mais longa é o comércio de bacalhau seco entre o norte e o sul da Europa, que começou no tempo dos vikings há mais de 1000 anos.
Segundo os pescadores a Lua exerce influência na pesca, assim podemos classificar as fases da Lua da seguinte forma: lua cheia – ótima para pesca; lua minguante – boa para pesca; lua nova – ótima para pesca e lua crescente – regular para pesca. Veja o calendário de pesca.
Importância econômica
Apesar de ser um alimento de excepcional valor nutritivo, nem sempre o pescado recebe valor proporcional no mercado.
O Brasil, com 5 kg de consumo per capita, não tem valores condizentes com o de um país de sete mil e quinhentos quilômetros de costa e imensas bacias hidrográficas. Para efeito comparativo, o índice anual do Senegal é de 37 kg, o do Canadá de 16 kg e o do Japão de 65 kg.
Métodos
A forma mais simples da pesca é um indivíduo isolado com uma canoa ou uma rede de pesca. Não só como atividade recreativa - proporcionando um enorme comércio em muitos países desenvolvidos -, mas também como pesca de subsistência nos países menos desenvolvidos, esta forma de pesca continua a ser muito importante em todo o mundo.
Mas a forma mais usual de pescar é com o auxílio de embarcações, começando com a jangada de papiros do Egito ou a piroga ou canoa de tronco escavado, ainda hoje a principal plataforma de pesca em muitos países menos desenvolvidos, passando pelos barcos à vela, até aos enormes barcos-fábrica responsáveis pela produção de atum e equipados com a mais moderna tecnologia, desde helicópteros para a detecção dos cardumes, até receptores de informação de satélites, que lhes indicam a posição exata, a temperatura da água do mar, etc.
Pesca de linha
A pesca com linha e anzol, parecendo simples, continua a ser uma das principais formas de capturar peixe. Pelo fato do material ser de fácil aquisição, é o principal método de pesca de subsistência em rios, lagos ou junto à costa. No entanto, várias pescarias industrializadas usam este método, quer com a chamada linha-de-mão, em que cada pescador segura na mão uma linha na extremidade da qual se colocam várias linhas secundárias cada uma com o seu anzol, até aos palangres de vários quilómetros de comprimento com que se pescam os atuns de profundidade. Ainda muito praticado mas com menos adeptos é a pesca com mosca ou fly fishing em Inglês.
A pesca de anzol é ainda um esporte muito praticado no mundo. Veja um exemplo de pesca esportiva no Brasil, observe que na pesca esportiva o pescador tem que tomar muito cuidado para não machucar o exemplar tornando-o incapacitado de sobreviver, portanto deve-se retirar as fisgas dos anzóis para evitar que o peixe fique machucado seriamente. Veja o vídeo amador de um garoto de 13 anos praticando pesca esportiva.
Pesca de emalhe
Outra forma de pescar relativamente simples é a rede de emalhar - na sua forma mais simples, um retângulo de rede com flutuadores numa extremidade e pesos na oposta, que é lançada à água num local onde se saiba haver cardumes de peixe a nadar, os quais ficam "emalhados" ou seja presos nas malhas da rede, normalmente pelos espinhos ou opérculo. No entanto, este método tem muitas variantes, a mais perigosa das quais - para a fauna marinha e para a própria navegação - é a rede-derivante, que também pode ter vários quilómetros de extensão e pode perder-se, continuando a matar peixes que depois não são aproveitados e até mamíferos marinhos; para além disso, estas redes são praticamente invisíveis e um navio que passe por uma destas redes perdidas pode ficar com a hélice imobilizada. Por estas razões, este método de pesca foi banido em vários países do mundo.
Pesca de cerco
Algumas variantes da rede de emalhar deram origem às redes de cerco: a rede é colocada em volta de um cardume e o cabo do fundo pode ser puxado até formar um saco onde todo o peixe fica aprisionado. Esta forma de pescar é utilizada tanto em nível artesanal - na região norte de Moçambique estas redes são fechadas por 4-5 mergulhadores, em águas baixas - como em nível industrial, por exemplo, para algumas espécies de atum que formam cardumes à superfície do mar.
Pesca com armadilhas
As armadilhas de diversos tipos são também métodos de pesca muito populares desde tempos imemoriais. Na região Indo-Pacífica, quer dizer nas zonas tropicais e subtropicais dos oceanos Índico e Pacífico, os pescadores locais constroem gaiolas em forma de V com ripas de bambu ou de folhas de palmeira, colocam-nas perto de rochas ou recifes de coral e conseguem capturar peixes de grande valor comercial. Em Portugal existe uma pesca tradicional para cefalópodes principalmente polvo com alcatruzes que são recipientes de barro, normalmente presos em número variável a linhas suspensas na água ou "covos" que são gaiolas fabricadas de arame ou fibras vegetais. Os "covos" são bastante utilizados na costa norte portuguesa Matosinhos, Labruge, Vila Chã, Mindelo, Vila do Conde e outras. Estas artes de pesca, como se designam os instrumentos utilizados diretamente na captura de peixe e outros animais aquáticos, pertencem ao grupo das chamadas artes passivas, uma vez que é o próprio animal que as procura, normalmente como refúgio, ficando nelas aprisionado.
Ao nível industrial, há pescarias que utilizam gaiolas, construídas em plástico ou rede segura numa armação metálica, que podem ser colocadas em grandes números e em qualquer profundidade, presas a um cabo. Estas gaiolas provocam um problema semelhante ao das redes de emalhar derivantes, pois podem perder-se e continuar a matar peixes ou outros organismos, sem nenhum benefício, nem para o homem, nem para os próprios recursos pesqueiros.
FONTE WIKIPÉDIA