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CASTELO DE ÓBIDOS

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Castelo de Óbidos

O Castelo de Óbidos localiza-se na freguesia de Santa Maria, vila e concelho de Óbidos, no distrito de Leiria, em Portugal.

Erguido sobre um pequeno monte, outrora à beira mar, domina a planície envolvente e o rio Arnóia, a este. Fruto de diversas intervenções arquitetônicas ao longo dos séculos, integra o conjunto da vila, que preserva as suas característas medievais. Classificado como Monumento Nacional, em 7 de Julho de 2007 foi eleito como uma das Sete maravilhas de Portugal.

História

Antecedentes

Acredita-se que a primitiva ocupação humana do seu sítio remonte à pré-história. Pela sua proximidade da costa atlântica, despertou o interesse de povos invasores da península Ibérica, tendo sido sucessivamente ocupado por Lusitanos século IV a.C., Romanos século I, Visigodos séculos V a VI e Muçulmanos século VIII, atribuindo-se a estes últimos a fortificação da povoação, como se constata pela observação de determinados trechos da muralha, com feições mouriscas.

O castelo medieval

No contexto da Reconquista cristã da península, as forças do rei D. Afonso Henriques 1112-85, após as conquistas de Santarém e de Lisboa 1147, encontraram viva resistência para conquistar a povoação e seu castelo, o que finalmente através de um ardil 10 de Janeiro de 1148. O castelo encontra-se referido documentalmente desde 1153.

Reconquistadas definitivamente no reinado de D. Sancho I 1185-1211, foram procedidas obras no castelo conforme inscrição epigráfica na Torre do Facho, época em que a vila recebeu a sua Carta de Foral 1195.

O seu filho e sucessor, D. Afonso II 1211-23, doou a povoação e o respectivo castelo a D. Urraca, sua esposa 1210.

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A povoação e seu castelo mantiveram-se fiéis a D. Sancho II 1223-48, quando da crise de sua deposição, resistindo vitoriosamente, em 1246, aos assaltos das forças do Conde de Bolonha, futuro rei D. Afonso III 1248-1279. Essa resistência valeu à vila o epíteto de mui nobre e sempre leal, que figura até hoje em seu brasão de armas.

Doada como presente de casamento por D. Dinis 1279-1325 à rainha Santa Isabel durante as núpcias ali passadas, a vila passou a integrar o dote de todas as rainhas de Portugal até 1834. Este monarca fez erigir a torre de Menagem c. 1325.

Sob o reinado de D. Fernando 1367-1383, uma inscrição epigráfica assinala a ereção, em 1375, de uma torre, por alguns considerada de menagem, embora lhe faltem as características da base maciça com entrada a nível do pavimento elevado, presentes na de D. Dinis.

Durante o contexto da crise de 1383-1385, o seu alcaide tomou o partido da rainha Dna. Beatriz e João I de Castela, tendo resistido às forças do Mestre de Avis. Óbidos e o seu castelo apenas foram entregues a João I de Portugal, eleito nas Cortes de Coimbra, por Vasco Gonçalves Teixeira após o falecimento em combate do seu pai e alcaide do castelo, João Gonçalves, na batalha de Aljubarrota 1385.

Sob o reinado de D. João II 1481-1495, a rainha Dna. Leonor escolheu a povoação e seu castelo para residir após o falecimento por acidente de seu filho único, o príncipe D. Afonso, optando ainda 1494 pelas águas termais da região para tratamento da enfermidade que viria a vitimar aquele monarca.

O seu sucessor, Manuel I de Portugal doou um novo Foral a Óbidos 1513, procedendo importantes melhoramentos na vila e em seu castelo. É dessa fase, no século XVI, a reconstrução dos Paços do Alcaide pelo alcaide-mor D. João de Noronha.

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Do século XVIII aos nossos dias

O terramoto de 1755 causou sérios danos na estrutura.

No contexto da Guerra Peninsular, a fortificação de Óbidos disparou os primeiros tiros de artilharia na batalha de Roliça 1808, primeira derrota das tropas de Napoleão. Posteriormente registrou-se a adaptação da torre albarrã a Torre do Relógio 1842 e a construção de escada exterior de acesso à Torre de D. Fernando 1869.

O castelo e todo o conjunto urbano da vila de Óbidos encontram-se reclassificados como Monumento Nacional por Decreto do Governo publicado em 5 de Janeiro de 1951.

A partir de 1932, o conjunto sofreu as primeiras intervenções de consolidação, reconstrução e restauro a cargo da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais DGEMN, que se estenderam pelas décadas seguintes até aos nossos dias, sendo o espaço do castelejo requalificado como Pousada do Castelo 1948-1950.

O castelo ergue-se na cota de 79 metros acima do nível do mar, com planta no formato retangular irregular orgânica, misturando elementos dos estilos românico, gótico, manuelino e barroco, distribuídos por duas zonas principais: a do Castelejo atual Pousada do Castelo, ou Pousada de Óbidos e o bairro intra-muros.

O perímetro das muralhas, reforçadas por torres de planta quadrada e cilíndrica, alcança 1.565 metros, totalmente percorrido por um adarve defendido por parapeito ameado. Em alguns trechos, as muralhas elevam-se a 13 metros de altura.

O troço este da muralha constitui o núcleo do muralhamento mais amplo que envolve o castelo e a vila, e que, prolongando-se por ambos os lados em direção ao sul por 500 metros, fecha o perímetro em ponta, na chamada Torre do Facho.

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O acesso é feito por quatro portas e dois postigos, destacando-se a Porta da Vila ou Porta de Nossa Senhora da Piedade, encimada por uma inscrição, ali colocada pelo rei D.João IV 1640-1656, e que reza: A Virgem Nossa Senhora foi concebida sem pecado original. No seu interior encontra-se uma capela com varanda, revestida de azulejos do século XVIII.

Destacam-se ainda:

  • O pelourinho da vila, erguido em granito. Apresenta em uma das faces o escudo com as armas reais e do outro o camaroeiro de D. Leonor, que esta rainha doou à Vila em memória da rede em que os pescadores lhe trouxeram o seu filho morto num acidente de caça. Nele, no passado, eram expostos e castigados os delinquentes e criminosos.
  • O aqueduto da vila, com uma extensão de 3 km, unindo o monte da Usseira e o de Óbidos. Mandado construir pela rainha D. Catarina da Áustria, esposa de D. João III 1521-1557 transportava a água que abastecia os chafarizes de Óbidos.
  • O Cruzeiro da Memória, construído em comemoração da tomada de Óbidos aos mouros por D. Afonso Henriques, assinala o local onde este montou acampamento antes de conquistar a Vila.

Curiosidades

Os obidenses, outrora conhecidos como "toupeiros", conforme uma tradição local devem esse apelido à construção de uma extensa rede de túneis que, por sob as antigas muralhas, permitiriam o reabastecimento do castelo sob assédio nos campos envolventes.

Fonte Wikipédia

 

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