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Cultura de Macau
Macau é muitas vezes caracterizado como um ponto de encontro, de coexistência harmoniosa e de intercâmbio multicultural principalmente entre a cultura chinesa e ocidental, e consequentemente, um sítio onde se convergem muitos valores, crenças religiosas, costumes, hábitos, tradições e estilos arquitectónicos, contribuindo para o aparecimento de uma cultura única e própria de Macau, que constitui uma das especificidades desta região administrativa especial da República Popular da China. Tudo isto deve-se principalmente à localização de Macau em território da China e à outrora colonização portuguesa de Macau.
Os portugueses expediram muitos missionários católicos a Macau, entre os quais o ocidental mais famoso na China, Matteo Ricci. Mas também a arte, a literatura clássica, a medicina e filosofia chinesa vinham à Europa via Macau.
A população de Macau é composta maioritariamente mais de 94% por chineses de etnia Han e também por uma minoria cerca de 1,7% de portugueses e macaenses. As línguas oficiais são o Cantonês e o Português, mas a primeira língua é o cantonês. Os macaenses, que são todos aqueles que têm uma ascendência portuguesa e asiática ex: chinesa, malaia, indiana e cingalesa, têm a sua própria cultura e maneira de viver, bem como o seu próprio crioulo, o patuá macaense. Este crioulo é baseado no português e fortemente influenciado pelo cantonês, pelo malaio e por muitas outras línguas . Tudo isto é fruto do longo e histórico convívio, coexistência e intercâmbio entre as culturas ocidental e oriental.
Este encontro harmonioso de culturas é revelado também, como por exemplo, no calendário dos feriados e das festividades de Macau, destacando-se como por exemplo o Ano Novo Lunar Chinês, o Dia do Buda, o Natal e a Páscoa.
O Governo da RAEM, mais precisamente o Instituto Cultural e também por vezes o Instituto dos Assuntos Cívicos e Municipais, organiza muitos espectáculos, concertos e actividades e eventos recreativos e culturais, destacando-se o Concurso de Jovens Músicos de Macau realizado no Verão, a Exposição de Artes Visuais, o Festival Internacional de Música realizado em Outubro e o Festival de Artes de Macau realizado em Março.
O Instituto Cultural IC possui, ao serviço do público, uma importante rede de bibliotecas públicas, pondo em disposição mais de 541 mil volumes e 24 mil objectos multimédia, e assegura também o funcionamento e manutenção do Arquivo Histórico de Macau, que tem como objectivo principal recolher, tratar, preservar e difundir documentos com valor histórico.
Macau possui também muitos museus, destacando-se o Museu de Macau e o Museu Marítimo, e um centro cultural o Centro Cultural de Macau, que tem aproximadamente uma área de 45 mil metros quadrados, constituindo um local apropriado para a realização de exposições, espectáculos e actividades e eventos culturais .
Culinária
A culinária de Macau também é uma mistura de culturas. Inclui pratos da culinária da China, principalmente do Sul da China, como a sopa de barbatanas de tubarão, a sopa de fitas, o arroz glutinoso e o famoso dim sum , di¨£nx¨©n em Mandarim, que é uma mistura de pratos diferentes, servidos principalmente nos restaurantes "Yam Tchá" traduzido literalmente em português: beber chá.
Mas é importante destacar a culinária dos macaenses, considerada única no Mundo, que nasceu quando as esposas orientais dos portugueses tentavam fazer comidas portuguesas com os ingredientes locais principalmente os de origem chinesa, mas também com vários ingredientes oriundos de lugares como por exemplo Malaca, Índia e Moçambique visitados pelos portugueses na altura dos Descobrimentos. Evidentemente, as tradições culinárias destas esposas influiram nestas comidas, originando a culinária macaense, considerada por muitos como uma genuína gastronomia de fusão. Sopa de lacassá e porco afumado, "min chi" carne picada, balichão, "Tacho" ensopado de carne e legumes, arroz gordo, arroz chau chau, cabidela de pato, camarões grandes recheados, inhame chau-chau com lap-yôck, chetnim de bacalhau, galinha assada, caldo de raiz de lótus e caril de galinha são algumas das comidas macaenses populares.
Com o intuito de investigar e divulgar o património gastronómico macaense, foi criada a Confraria da Gastronomia Macaense, em 2007.
Património Mundial da Humanidade
A protecção, valorização e preservação do património histórico, arquitectónico e cultural de Macau é uma prioridade importante do Governo da RAEM, que elaborou várias leis, medidas, directrizes e políticas claras e eficazes neste campo, que constitui uma atracção turística de grande importância.
Dezenas de edifícios e lugares históricos, devido ao seu valor único e universal, foram até incluidos na lista dos Patrimónios Mundiais da Humanidade da UNESCO, no dia 15 de Julho de 2005. A partir daquele momento, este conjunto arquitectónico histórico passou a chamar-se de Centro Histórico de Macau .
Este conjunto arquitectónico, localizado totalmente em espaços urbanos, é constituído pelos seguintes edifícios e lugares: Templo de A-Má, Quartel dos Mouros, Casa do Mandarim, Igreja de São Lourenço, Seminário e Igreja de São José, Teatro D. Pedro V, a Biblioteca Sir Robert Ho Tung, Igreja de Santo Agostinho, Leal Senado, Templo de Sam Kai Vui Kun, Santa Casa da Misericórdia, Igreja da Sé, Casa de Lou Kau, Igreja de São Domingos, Ruínas de S. Paulo, Templo de Na Tcha, Troço das Antigas Muralhas de Defesa, Fortaleza do Monte, Igreja de Santo António, Casa Garden, Cemitério Protestante incluindo a Capela, Fortaleza da Guia incluindo a Capela e o Farol, Largo da Barra, Largo do Lilau, Largo de Santo Agostinho, Largo do Senado, Largo da Sé, Largo de São Domingos, Largo da Companhia de Jesus e Largo de Camões. Todos eles foram reconhecidos como fazendo parte da história mundial, pois ilustram bem um dos primeiros e mais duradouros encontros entre a China e o mundo ocidental
FONTE WIKIPÉDIA