- CASTELOS E FORTALEZAS
 - LUIS DE CAMÕES
 - HISTÓRIA DA PESCA
 - HISTORIADORES
 - CATASTROFES
 - PINT PORTUGUESES
 - CASTELOS PORTUGAL
                        
- CASTELO BRANCO
 - CASTRO MARIM
 - CASTELO MONSANTO
 - CAST.DE ARRAIOLOS
 - CASTELO DE ÁLCÁCER
 - SANTIAGO DO CACÉM
 - CASTELO DE OURÉM
 - CASTELO DO SABUGAL
 - CASTELO DE LAMEGO
 - CASTELO ABRANTES
 - CASTELO DE SILVES
 - CASTELO DE MERTOLA
 - CASTELO DE CHAVES
 - CAST DE PORTALEGRE
 - CASTELO DE POMBAL
 - CAST DE BRAGANÇA
 - CASTELO DE BELMONTE
 - VILA DA FEIRA
 - CASTELO DE ESTREMOZ
 - CASTELO DE BEJA
 - CASTELO ALMOUROL
 - CAST.MONT. O VELHO
 - CASTELO DE PENELA
 - CASTELO DE MARVÃO
 - CASTELO DE ÓBIDOS
 - CASTELO DE LEIRIA
 - CASTELO DE S.JORGE
 - CASTELO DOS MOUROS
 - CASTELO DE ELVAS
 - CASTELO DE LAGOS
 - CASTELO DE VIDE
 - CASTELO DE SORTELHA
 - CASTELO DE ALTER
 - TORRES NOVAS
 - CASTELO DE TAVIRA
 - CASTELO SESIMBRA
 - CASTELO DE ÉVORA
 - CASTELO DE SANTARÉM
 - CASTELO DE SERPA
 - CASTELO DE TOMAR
 - CASTELO DE MELGAÇO
 - CASTELO DE COIMBRA
 - CASTELO PORTO DE MÓS
 - CASTELO DE PALMELA
 
 - FORTALEZAS
                        
- PRAÇA FORTE ALMEIDA
 - FORTE STA CRUZ
 - MURALHAS DO PORTO
 - FORTE DAS FORMIGAS
 - FORTE S.SEBASTIÃO
 - FORTE S LOURENÇO
 - FORTE DE SÃO FILIPE
 - S.JULIÃO DA BARRA
 - TORRE DE BELÉM
 - FORTE DE PENICHE
 - FORTE SÃO JOÃO DA FOZ
 - FORTE DO QUEIJO
 - SÃO TIAGO DA BARRA
 - FORTE SÃO JOSÉ
 - F.DE JUROMENHA
 - FORTE DO OUTÃO
 - FORTE DE SÃO BRÁS
 - FORTE DO BUGIO
 - MURALHAS DE VISEU
 - FORTALEZA DE SAGRES
 - FORTE DA GRAÇA
 - FORTE MIGUEL ARCANJO
 - FORTE SENH.DA GUIA
 - FORTE DO PESSEGUEIRO
 - FORTE DE SACAVÉM
 - STO.ANTONIO BARRA
 - SÃO TIAGO DO FUNCHAL
 - FORTALEZA DO ILHÉU
 - FORTE DAS MERCÊS
 - REDUTO DA ALFANDEGA
 - FORTE DE STA LUZIA
 
 - PORTUGAL
                        
- REINO DE PORTUGAL
 - CRISE SUCESSÓRIA
 - DINASTIA DE AVIZ
 - DINASTIA FILIPINA
 - QUESTÃO DINASTICA
 - DINASTIA BORGONHA
 - DINASTIA BRAGANÇA
 - REINO DE LEÃO
 - UNIÃO IBÉRICA
 - COND PORTUCALENSE
 - DITADURA MILITAR
 - HISTÓRIA PORTUGAL
 - INVASÃO ROMANA
 - C.CONSTITUCIONAL
 - REINO DO ALGARVE
 - RECONQUISTA
 - HIST.PENINS.IBÉRICA
 - GUERRA COLONIAL
 - HISPANIA
 - HENRIQUE DE BORGONHA
 - COMBOIOS DE PORTUGAL
 
 - PALÁCIOS DE PORTUGAL
 - REIS DE PORTUGAL
                        
- D.AFONSO HENRIQUES
 - D.SANCHO I
 - D AFONSO II
 - D.SANCHO II
 - D.AFONSO III
 - D.DINIS
 - D.AFONSO IV
 - D.PEDRO I
 - D.FERNANDO
 - D.JOÃO I
 - D.DUARTE
 - D.AFONSO V
 - D.JOÃO II
 - D.MANUEL I
 - D.JOÃO III
 - D.SEBASTIÃO
 - D. HENRIQUE I
 - D.FILIPE I
 - D.FILIPE II
 - D.FILIPE III
 - D.JOÃO IV
 - D.AFONSO VI
 - D JOÃO V
 - D.PEDRO II
 - D.JOSÉ I
 - D.MARIA I
 - D.PEDRO III
 - D.JOÃO VI
 - D.PEDRO I DO BRASIL
 - D.MARIA II
 - D MIGUEL I
 - D.PEDROV
 - D.LUIS I
 - D.CARLOS I
 - D.MANUEL II
 
 - DITADURA E OPOSIÇÃO
                        
- PIDE
 - OPOSIÇÃO Á DITADURA
 - ROLÃO PRETO
 - CAMPO DO TARRAFAL
 - CAPELA DO RATO
 - REVOL.DOS CRAVOS
 - CADEIA DO ALJUBE
 - REVIRALHISMO
 - COMUNISMO
 - CENS.EM PORTUGAL
 - O ESTADO NOVO
 - INTEGRALISMO
 - CATARINA EUFÉMIA
 - ALVARO CUNHAL
 - FRANCISCO RODRIGUES
 - PADRE ALBERTO NETO
 - HENRIQUE GALVÃO
 - MOVIMENTO SINDICALISTA
 - O P.R.E.C EM CURSO
 - 6 DE JUNHO DE 1975
 
 - FILOS PORTUGUESES
 - MOST. DE PORTUGAL
 - NAV.E EXPLORADORES
 - ESCRIT.E POETAS  
                        
- CESÁRIO VERDE
 - TOMÁS GONZAGA
 - ALVES REDOL
 - LOPES DE MENDONÇA
 - EÇA DE QUEIRÓS
 - AFONSO L VIEIRA
 - JOÃO DE DEUS
 - FLORBELA ESPANCA
 - MIGUEL TORGA
 - BOCAGE
 - FERNANDO NAMORA
 - GIL VICENTE
 - VITORINO NEMÉSIO
 - FRANCISCO LEITÃO
 - MIGUEL L ANDRADA
 - FRANCISCO MELO
 - FELICIANO CASTILHO
 - CAMILO C. BRANCO
 - IRENE LISBOA
 - JORGE DE SENA
 - ANTERO DE QUENTAL
 - SOFIA MELO BREYNER
 - ALMEIDA GARRET
 - GUERRA JUNQUEIRO
 - TIÓFILO BRAGA
 - PINHEIRO CHAGAS
 - FRANCISCO DE MIRANDA
 - ALBERTO CAEIRO
 - JOSÉ REGIO
 
 - DESCOBRIMENTOS
 - IGREJAS E CONVENTOS
 - ACONTECIM.E LENDAS
 - ORDENS RELIGIOSAS
 - ORIG.PORTUGUESAS
 - HISTÓRIAS MILITARES  
                        
- HIST M DE PORTUGAL
 - H.MILITAR DO BRASIL
 - BATALHA DE OURIQUE
 - BATALHA DE TOLOSA
 - CERCO DE LISBOA
 - BATALHA VILA FRANCA
 - GUERRA LARANJAS
 - BATALHA SALADO
 - CERCO DE ALMEIDA
 - CORTES DE COIMBRA
 - MONARQUIA DO NORTE
 - HISTÓRIA MILITAR
 - BATALHA DO SABUGAL
 - BATALHA FUENTE ONORO
 - BATALHA DE ALBUERA
 - GUERRA RESTAURAÇÃO
 - BATALHA DOS ATOLEIROS
 - BATALHA DE MATAPÃO
 - GUERRAS FERNANDINAS
 - COMBATE DO CÔA
 
 - VINHOS DE PORTUGAL
 - HISTÓRIA DE CIDADES
 - ARTE EM PORTUGAL
 - PORTUGAL NO MUNDO
 - RIOS E PONTES
 - PORTUGUESES NOBRES
 - PRÉ HISTÓRIA
 - CULTURA VARIADA
                        
- LITERAT PORTUGUESA
 - MONARQUIA
 - MARTIN MONIZ
 - SALINAS DE RIO MAIOR
 - HOSPIT.DONA LEONOR
 - PINTURAS PORTUGAL
 - AVIAD.DE PORTUGAL
 - ALDEIAS HISTÓRICAS
 - AZULEJO PORTUGUÊS
 - RENASC EM PORTUGAL
 - AQUED ÁGUAS LIVRES
 - LINGUA PORTUGUESA
 - MONTANHA DO PICO
 - APARIÇÕES DE FÁTIMA
 - GUILHERMINA SUGIA
 - MILAGRE DO SOL
 - ESTAÇÃO DE SÃO BENTO
 - PANTEÃO DOS BRAGANÇAS
 
 - SANTOS E BEATOS
 - GOVERNAD DA INDIA
 - FADOS E TOIROS
 - POESIA E PROSA
 - RAINHAS DE PORTUGAL
                        
- ESTEFANIA JOSEFA
 - MARIA LEOPOLDINA
 - CARLOTA JOAQUINA
 - MARIA FRANC SABOIA
 - LEONOR TELES
 - JOANA TRASTÂMARA
 - MÉCIA LOPES DE HARO
 - AMÉLIA DE ORLEÃES
 - LEONOR DE AVIZ
 - AMÉLIA AUGUSTA
 - MARIA PIA DE SABOIA
 - LUISA DE GUSMÃO
 - BEATRIS DE PORTUGAL
 - INÊS DE CASTRO
 - MARIA VITÓRIA
 - LEONOR DA AUSTRIA
 - TERESA DE LEÃO
 - RAINHA SANTA ISABEL
 - FILIPA DE LENCASTRE
 - MARIA ANA DE AUSTRIA
 - MARIA SOFIA ISABEL
 
 - SETIMA ARTE
 - CURIOSIDADES
 - OFICIAIS SUPERIORES
 - PERS.DE PORTUGAL
 - UNIVERSI. COIMBRA
 - CONSELHEIROS REINO
 - NOV.ACONTECIMENTOS
                        
- REGENERAÇÃO
 - REGICIDIO
 - REVOL.28 DE MAIO
 - CONSTITUIÇÃO
 - INVAS NAPOLEÓNICAS
 - CONV DE ÉVORAMONTE
 - GUERRA CIVIL PORT.
 - INTERREGNO
 - COMBATE FOZ AROUCE
 - ALCÁCER QUIBIR
 - SUCESSÃO CASTELA
 - CEUTA E DIU
 - BATALHA DE ALVALADE
 - BATALHA DE ROLIÇA
 - BATALHA DO VIMEIRO
 - BATALHA DO PORTO
 - BATALHA DO BUÇACO
 - CERCO DO PORTO
 - BATALHA DE ALMOSTER
 - GUERRA DOS CEM ANOS
 - GUNGUNHANA
 - OCUPAÇÃO FRANCESA
 - PORTUGAL RECONQUISTA
 
 - ÁFRICA
                        
- RECONQ DE ANGOLA
 - G LUSO-HOLANDESA
 - REC.COLÓNAS PORT.
 - HISTÓRIA DE ANGOLA
 - GUERRA DE ANGOLA
 - GUERRA MOÇAMBIQUE
 - MOÇAMBIQUE
 - HIST GUINÉ BISSAU
 - CABO VERDE
 - S.TOMÉ E PRINCIPE
 - SÃO JORGE DA MINA
 - FORTE DE MAPUTO
 - PROVINCIA CABINDA
 - GUINÉ BISSAU
 - ANGOLA
 - CAMI DE F BENGUELA
 - ILHA DE MOÇAMBIQUE
 - ALCACER -CEGUER
 - ARZILA-MARROCOS
 - AZAMOR
 - BATALHA NAVAL GUINÉ
 - CONQUISTA DE CEUTA
 
 - CULTURA BRASILEIRA
 - HISTÓRIA DO BRASIL
                        
- PROCLA.DA REPÚBLICA
 - INCONFID.MINEIRA
 - REPUBLICA VELHA
 - NOVA REPÚBLICA
 - ERA VARGAS
 - GUERRA DO PARAGUAI
 - REVOLTA DA CHIBATA
 - BANDEIRANTES
 - GUER DOS EMBOABAS
 - FLORIANO PEIXOTO
 - FORÇA BRASILEIRA
 - GUERRA DO PRATA
 - REV.FILIPE SANTOS
 - REVOL. FEDERALISTA
 - CONFED.DO EQUADOR
 - INTENT.COMUNISTA
 - GUERRA CONTESTADO
 - ORIGEM NOME BRASIL
 - LUIS MARIA FILIPE
 - HISTÓRIA DE FORTALEZA
 
 - HISTÓRIA DO BRASIL I
 - HISTÓRIA DO BRASIL II
 - HISTÓRIA DO BRASIL III
                        
- ISABEL DO BRASIL
 - PEDRO II
 - BRASIL E ALGARVES
 - BRASIL COLONIA
 - TRANSFER. DA CORTE
 - HISTÓRIA CABRALINA
 - IMIG PORT NO BRASIL
 - QUESTÃO DINÁSTICA
 - CAPITANIAS DO BRASIL
 - GUE.INDEPENDENCIA
 - MALD BRAGANÇAS
 - INDEPEND DO BRASIL
 - CONDE DE BOBADELA
 - ABOLICIONISMO
 - PEDRO AUGUSTO SAXE
 - AUGUSTO LEOPOLDO
 - PERIODIZAÇÃO BRASIL
 - HISTÓRIA MINAS GERAIS
 - HISTÓRIA RIO JANEIRO
 
 - HISTÓRIA DO BRASIL IV
                        
- VULCÃO DE IGUAÇU
 - CRISTO REDENTOR
 - HISTÓRIA EDUCAÇÃO
 - QUINTA DA BOAVISTA
 - OURO PRETO
 - PAÇO IMPERIAL
 - COLONIZ. DO BRASIL
 - AQUEDUTO CARIOCA
 - B.JESUS MATOSINHOS
 - ALEIJADINHO
 - IGRJ SÃO FRANCISCO
 - CICLO DO OURO
 - TIRADENTES
 - REPUBLICA DA ESPADA
 - ESTADO DO BRASIL
 - BRASIL DIT. MILITAR
 - HIST.ECON.DO BRASIL
 - INVASÕES FRANCESAS
 
 - BRASIL ESCRIT E POETAS
                        
- ANDRÉ JOÃO ANTONIL
 - JORGE AMADO
 - CAMILO LIMA
 - LIMA BARRETO
 - JOSÉ BONIFÁCIO
 - ALPHONSUS GUIMARAENS
 - ÁLVARES DE AZEVEDO
 - MARTINS PENA
 - CLARICE LISPECTOR
 - MÃE STELLA DE OXÓSSI
 - LUIS GAMA
 - XICO XAVIER
 - MACHADO DE ASSIS
 - MÁRIO DE ANDRADE
 - CARLOS DRUMONDE
 - MONTEIRO LOBATO
 - VINICIOS DE MORAIS
 - MARIANO DE OLIVEIRA
 - OLAVO BILAC
 - ORESTES BARBOSA
 
 - FORTES DO BRASIL
 - PERSONAG. MUNDIAIS
                        
- MAOMÉ
 - JESUS CRISTO
 - NAP. BONAPARTE
 - NICOLAU COPERNICO
 - ADOLFO HITLER
 - VLADIMIR LENIN
 - NELSON MANDELA
 - CONFÚCIO
 - MOISÉS
 - HOMERO
 - FRANCISCO PIZARRO
 - JÚLIO CESAR
 - ARISTOTELES
 - EUCLIDES
 - IMP. JUSTINIANO
 - ISABEL I INGLATERRA
 - PAULO DE TARSO
 - CESAR AUGUSTO
 - ALEXANDRE O GRANDE
 - THOMAS EDISON
 - PAPA URBANO II
 - MICHELANGELO
 - SALOMÃO
 - S.JOSÉ CARPINTEIRO
 - PLATÃO
 - MARIA MÃE DE JESUS
 - CARLOS MAGNO
 - EVA PERON
 - MARTINHO LUTERO
 - PINTOR EL GRECO
 - Mahatma Gandhi
 - PANDORA
 - CHARLES DARWIN
 - ZARATUSTRA
 
 - CIENCIA E CIENTISTAS
 - MUNDO CULTURAL
                        
- CULTURA DE PORTUGAL
 - CULTURA DA ALEMANHA
 - CULTURA DA GRÉCIA
 - CULTURA DO BRASIL
 - CULTURA DA CHINA
 - CULTURA ANGOLANA
 - CULTURA DA FRANÇA
 - CULTURA DA RUSSIA
 - CULTURA DA ESPANHA
 - CULTURA DA ITÁLIA
 - CULTURA INGLESA
 - CULTURA AMERICANA
 - CULTURA DA INDIA
 - CULTURA DO IRÃO
 - CULTURA DE MACAU
 - CULTURA DE ISRAEL
 - CULTURA DA INDONÉSIA
 
 - HISTÓRIA DAS ARTES
 - MÚSICOS E CANTORES
 - SANTA INQUISIÇÃO
 - DEIXE SEU COMENTÁRIO
 - CONTACTOS
 
![]()
Guerra Peninsular
A Guerra Peninsular, também conhecida em Portugal como as Invasões Francesas e em Espanha como Guerra da Independência Espanhola, ocorreu no início do século XIX, entre 1807 e 1814, na península Ibérica, e insere-se nas chamadas Guerras Napoleónicas. A princípio, envolveu Espanha e França, de um lado, Portugal e Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, do outro. Porém, a guerra teve repercussões além da Europa, influindo na independência das colónias da América Latina.
Antecedentes
A Guerra Peninsular é uma sequência de eventos envolvendo a Península Ibérica que remontam à Campanha do Rossilhão 1793–95, quando tropas de Portugal reforçam as da Espanha, integrando a primeira aliança liderada pela Inglaterra contra a França revolucionária.
A partir da ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder 1799, a Espanha alia-se à França para, por meio da invasão e da divisão de Portugal entre estes, atingir indirectamente os interesses comerciais do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda Guerra das Laranjas, 1801.
Em julho de 1807, com os acordos secretos de Tilsit, vai no entanto abrir-se um novo capítulo na guerra europeia. Em agosto, enquanto Napoleão faz concentrar tropas em Baiona para invadir Portugal, os representantes da França e de Espanha em Lisboa entregam ao príncipe regente de Portugal, dom João, os seus “pedidos”: Portugal teria que se juntar no bloqueio continental que a França decretara contra a Inglaterra, fechando os seus portos à navegação britânica; declarar a guerra aos ingleses; sequestrar os seus bens em Portugal, e prender todos os ingleses residentes.
Em 5 de setembro de 1807, o general Jean-Andoche Junot está já em Baiona, a cuidar dos últimos preparativos das tropas que irão invadir Portugal, antes mesmo de obter uma resposta definitiva do príncipe regente português, e antes de Napoleão assinar o Tratado de Fontainebleau com a Espanha 27 de outubro de 1807, definindo uma repartição do território português em três novas unidades políticas:
Lusitânia Setentrional – território entre o rio Minho e o rio Douro, um principado a ser governado pelo soberano do extinto reino da Etrúria então Maria Luísa, filha de Carlos IV de Espanha;
Algarves – região compreendida ao sul do Tejo, a ser governada por Manuel de Godoy, o Príncipe da Paz, primeiro-ministro de Carlos IV, com o título de rei; e
Resto de Portugal – território circunscrito entre o rio Douro e o rio Tejo, região estratégica pelos seus portos, a ser administrada directamente pela França até à paz geral.
Tornando aparente à Espanha querer cumprir o Tratado de Fontainebleau, Napoleão ordena a invasão de Portugal, iniciando o que se denomina por Guerra Peninsular 1807–1814, cuja primeira parte é conhecida como invasões francesas a Portugal.
![]()
A primeira invasão
Na iminência da invasão, o príncipe regente, D. João, fizera já saber a Napoleão que iria cumprir as disposições do Bloqueio Continental e, em 30 de outubro, declarara mesmo guerra à Inglaterra, mandando prender, em novembro, os ingleses residentes em Portugal. A Convenção secreta entre Portugal e a Inglaterra, assinada no dia 22 de Outubro, estabelecia com segurança a manobra luso-britânica de pôr a salvo a família real e o governo português no Brasil.
Sob o comando do general Jean-Andoche Junot, as tropas francesas entraram na Espanha em 18 de outubro de 1807, cruzando o seu território em marcha acelerada em pleno inverno, e alcançando a fronteira portuguesa em 20 de novembro Sem encontrar resistência militar, uma coluna de tropas invasoras atingiu Abrantes em 24 de Novembro. Faminto e desgastado pela marcha e pelo rigor da estação, o exército francês teve dificuldade para ultrapassar o rio Zêzere, entrando em Santarém em 28. Instalando-se no Cartaxo, parte no mesmo dia, rumo a Lisboa, onde entrou em 30, à frente de dois regimentos em muito mau-estado, ao receber a noticia da fuga família real. Um dia antes, a família real e a corte portuguesa haviam-se transferido para o Brasil a bordo de uma larga esquadra naval, protegida por naus britânicas, e levando consigo cerca de 15 mil pessoas, deixando o governo do território europeu de Portugal nas mãos de uma regência, com instruções para não "resistir" aos invasores. Ficava vazio de conteúdo o decreto de Napoleão publicado pelo jornal francês Le Moniteur de 30 de outubro, dando como banida a Casa de Bragança do trono de Portugal .
Ao chegar a Lisboa, Junot tomou medidas para a instalação das tropas que o precediam. No dia 2 de dezembro de 1807, entrou na cidade o general Laborde, com os efectivos reduzidos e extenuados, com muitos homens montados em burros, mal podendo estar de pé. Três semanas depois de chegar a Lisboa, Junot tinha ainda apenas um efectivo de 10 mil dos 28 mil soldados franceses que tinham invadido Portugal, distribuindo-os ao redor de Lisboa. A divisão espanhola de Solano, saindo de Badajoz, tomara entretanto Elvas e Campo Maior, indo estabelecer o seu quartel-general em Setúbal, ocupando também Alcácer do Sal e, no Algarve, Tavira e Lagos. A divisão do general Francisco Taranco y Llano, com cerca de 6 mil homens, entrou por Valença e foi garantir a tomada da cidade do Porto, onde já estava o general Juan Carrafa com 4 mil homens, vindos por Tomar e Coimbra. Iniciava-se o período do domínio francês de "El-Rei Junot".
Em sinónimo da estabilidade faz abrir o Teatro de São Carlos incumbindo o maestro/ compositor Marcos Portugal do seu funcionamento, o qual, apresenta no dia do aniversário de Napoleão uma revisão do seu ''Demofoonte.
Entretanto, Napoleão envia mais tropas para o norte de Espanha que, a pretexto de apoiar as tropas de ocupação em Portugal, tomam as cidades de Pamplona, Barcelona, Figueras Catalunha e San Sebastian. O marechal Joaquim Murat, cunhado de Napoleão, atravessa então Bidassoa e marcha com 100 mil soldados sobre Madrid. Antes de Murat chegar a Madrid, uma rebelião em Aranjuez, em 19 de março de 1808, depõe o rei Carlos IV, afasta Manuel de Godoy, e coloca no trono espanhol o príncipe das Astúrias, com o nome de Fernando VII.
![]()
O rei Fernando VII recebe o marechal Murat como aliado, confiando ainda que Napoleão cumprirá o Tratado de Fontainebleau. Em Abril, Fernando VII é forçado a abdicar em Baiona e a reconhecer José Bonaparte como rei de Espanha. Além de Fernando VII, são colocados na prisão o seu antecessor, Carlos IV, a rainha e Manuel de Godoy. Perante a anulação da Casa Real Espanhola, ocorre o levantamento de 2 de maio da população de Madrid contra os franceses, levando Murat a ordenar o fuzilamento de milhares de espanhóis, que Francisco Goya, em 1814, veio a homenagear no quadro "Os fuzilamentos de 3 de Maio". Durante o mês de Maio e Junho, eclodem insurreições populares contra as tropas francesas de ocupação por toda a Espanha e Portugal .
Em 9 de maio de 1808, o príncipe regente de Portugal, no Brasil, declarava nulos todos os tratados de Portugal com a França, declarando guerra aos franceses e amizade ao seu antigo aliado, a Grã-Bretanha. No Porto, em 6 de junho, vai abrir-se um período de revoltas populares contra a ocupação francesa, em resultado das quais as populações de Chaves, Miranda, Torre de Moncorvo, Ruivães, Vila Real, entre outras, responderam imediatamente à chamada. Sob o comando do tenente-general Sepúlveda o movimento de Trás-os-Montes voltou ao Porto, onde foi nomeada a Junta Provisional do Supremp Governo do Reino 1808, sob o comando do bispo do Porto, D. António de Castro.
A notícia do levantamento do povo espanhol levou o general Solano a retirar com as suas tropas para Espanha. O general Quesnel, um francês que substituíra Tarrancos por morte deste, é preso pelas tropas espanholas de Balestra que, entretanto, recebera também ordem de regressar a Espanha.
Em Portugal, as tropas francesas sob o comando de Junot ficam reduzidas às concentrações numa área em volta de Lisboa, delimitada pelo Atlântico, o rio Tejo, e por uma linha que ia de Peniche até Abrantes. No resto do território, os franceses dispunham de forças em posições fortificadas em Setúbal, Almeida e Elvas. Fora dessa área e dessas localidades, os franceses deslocavam-se ainda com um certo à vontade, provocando baixas às forças portuguesas e às populações que se lhes opunham.
Porém a resistência portuguesa crescia dia-a-dia. Quando uma força francesa sob o comando do general Louis Henri Loison, sediada em Almeida, tentou marchar sobre o Porto, viu-se cercada por forças de guerrilha de camponeses rudimentarmente armados, mas muito aguerridos. Após três dias de combates, Loison é forçado a retroceder.
No sul do país, a tão esquecida revolta de Olhão teria mesmo tomado a dianteira nos combates corpo-a-corpo, no dia 16 de junho, tendo sido considerada pelo próprio príncipe regente como "o primeiro sinal para se restaurar a Monarquia" Alvará Régio de 15 de Novembro de 1808, elevando o então lugar a Vila de Olhão da Restauração.
A Junta do Porto, sob o comando do bispo D. António de Castro, vai manter-se ao lado dos resistentes ao ocupante francês. No dia 24 de julho, depois de passar pela Corunha, desembarca no Porto o general Arthur Wellesley mais tarde duque de Wellington, onde recebe algum apoio, mas sobretudo preciosas informações sobre a situação militar no conjunto do território português. No dia seguinte, Wellesley decide navegar até à entrada do Tejo para consultas com o almirante Charles Cotton, comandante naval britânico na área. O forte de Peniche estava ocupado por forças francesas e no Tejo estava por perto uma esquadra russa. Decidem fazer o desembarque das tropas britânicas na foz do Mondego.
No dia 1 de agosto, as tropas britânicas começaram a desembarcar perto da Figueira da Foz, marchando no dia 10 em direcção a Leiria onde se juntaram às forças portuguesas de Bernardino Freire, comandante do exército português em Montemor-o-Velho. No total seriam cerca de 20 mil homens; 14 mil britânicos e 6 mil portugueses. Do lado francês, havia inicialmente 30 mil homens, mas calculou-se que não haveria agora mais de 12 mil homens nos arredores da capital. Os restantes estariam distribuídos por Tomar, Abrantes, etc., a que havia que descontar o número de baixas provocados pelas guerrilhas populares e pelas deserções. Travaram-se, na sequência, a batalha de Roliça e a batalha do Vimeiro, vencidas pelos aliados Portugal/Reino Unido da Grã-Bretanha forçando à Convenção de Sintra.
A segunda invasão
Enquanto em Portugal se lutava contra a ocupação francesa, Napoleão mantinha no trono espanhol o seu irmão José Bonaparte. Os Espanhóis, em revolta contra os usurpadores franceses, obtêm apoio das tropas britânicas estacionadas no norte de Portugal. Sob o comando de John Moore, os Britânicos passam a fronteira no início de 1809, para serem derrotados, na Corunha, pelo marechal Nicolas Jean de Dieu Soult. Obrigadas a retirar, deixaram a descoberto a fronteira com Portugal, permitindo a Soult invadir o país pela fronteira de Trás-os-Montes e Alto Douro Chaves em Março de 1809, vencendo a Batalha do Carvalho d'Este e avançando até à cidade do Porto, que ocuparam a 24 desse mês, fixando fronteira no rio Douro.
A 12 maio desse mesmo ano, tropas Luso-Britânicas sob o comando do General Arthur Wellesley e do comandante-em-chefe o Marechal William Carr Beresford, atravessaram o rio Douro e venceram a chamada batalha do Douro, reconquistando a cidade do Porto 29 de maio e expulsando o invasor, que se retirou para a Galiza. Seguindo para o sul, as tropas de Wellesley travaram a batalha de Talavera em território espanhol e regressaram a Portugal.
É de salientar ainda a importância da escaramuça de Serém, Concelho do Vouga — região pantanosa do rio Vouga e do rio Marnel, actualmente pertencente ao Concelho de Águeda —, em que o capitão-mor do Vouga, José Pereira Simões, travou o avanço para o Sul do marechal Soult - cavalaria de Franceschi e a infantaria de Mermet - até à chegada do coronel Nicholas Trant e do Batalhão Académico e, posteriormente, do general Arthur Wellesley, com reforços. Como consequência, as hostes do marechal Soult não conseguiram atravessar o rio Vouga, perderam a escaramuça de Serém e foram obrigados a retirar-se para o Norte, tendo-se acantonado na cidade do Porto.
A terceira invasão
Uma terceira invasão francesa do território português teve início em 1810, sob o comando do marechal André Masséna. Penetrando pela região Nordeste de Portugal, conquistou a Praça-forte de Almeida agosto, na fronteira, marchando em seguida sobre Lisboa. Interceptado pelas forças luso-britânicas, foi derrotado na batalha do Buçaco 27 de setembro. Reagrupando as suas forças, retomou a marcha, flanqueando as tropas luso-britânicas e forçando-as a recuarem para defender a capital. Os franceses atingiram as Linhas de Torres a 14 de outubro, erguidas na previsão dessa eventualidade e onde as tropas luso-britânicas os aguardavam desde o dia 10, retirando-se, derrotados, ao final do dia seguinte.
A contra-ofensiva
A campanha dos exércitos britânico, português e espanhol, entre maio e agosto de 1813, culminou na batalha de Vitória, seguida um mês depois pela batalha dos Pirenéus. Em pouco mais de dois meses e depois de uma ofensiva de 600 quilómetros com mais de 100 mil homens das três nações em armas, o curso da história europeia foi modificado de forma decisiva. Seguiu-se uma série de batalhas em território francês até à vitória em Toulouse 10 de abril de 1814, que colocou fim à Guerra Peninsular.
![]()
Conclusão
O estudo das circunstâncias que envolvem a Guerra Peninsular são importantes pelos desdobramentos que encerram, debilitando as forças da França e consolidando a hegemonia inglesa que se afirmaria a partir de então. Ao eliminar a monarquia de Carlos IV na Europa, Napoleão abriu as portas que conduziram à independência da América espanhola com importante apoio da Grã-Bretanha. O mesmo ocorreu ao permitir a saída de D. João VI para o Brasil, processo que criaria as pré-condições para a independência da América portuguesa. Ainda em 1808, ao aportar a Salvador, na Bahia, o príncipe regente assinou o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas, vindo a assinar, em 1810, os tratados que permitiram a hegemonia britânica nas relações comerciais entre ambos os países, abrindo as portas de um mercado em três continentes, com tarifas alfandegárias privilegiadas. Com fôlego renovado, sob o comando do mesmo Wellington, herói da Guerra Peninsular, a Grã-Bretanha derrotou Napoleão na batalha de Waterloo 1815, desfrutando de uma hegemonia mundial que conservaria até a Primeira Guerra Mundial 1914–18.
Por outro lado, embora com menor impacto, o governo de Portugal declararia guerra à França e à Espanha, ocupando a Guiana francesa 1809–15 e a Banda Oriental do rio da Prata, actual Uruguai 1810–28.
A crise económica e institucional em Portugal continental agravou-se com a permanência da corte portuguesa no Brasil, o que fortaleceu as ideias liberais no país, conduzindo à Revolução do Porto 1820 e forçando o retorno do soberano à Europa 1821. A tentativa de recolonização do Brasil levou à independência deste, no ano seguinte 1822. Enquanto franceses e ingleses continuaram com o seu desenvolvimento económico e industrial, Portugal viu o seu território transformado em campo de batalha, as cidades constantemente pilhadas pelos exércitos estrangeiros e a indústria estagnada.
fonte wikipédia
                	
                	
                	
            	    
































